Tenho me deixado um pouco por ai

Tenho deixado sem remorsos coisas por ai: papéis, poesias, fotografias. Gente... Me socorra! Acho que me deixei um pouco de mim na casa antiga, na tinta da parede descascada, na porta fechada e a chave perdida, naquele quarto de tralhas, nos textos daquele blog antigo que nem sei mais a senha.

Acho que fui embora um pouco do tempo morto, naquele amigo que partiu para o interior e levou as boas lembranças. E me joguei fora um pouco, naquele computador antigo que o lixeiro levou ontem, nos amor idos e carcomidos sentimentos... Filhos! Acho que deixei com vocês o meu melhor...

E o meu cheiro, nem sei, deve ter ficado no corpo de um antigo amor. Agora estou aqui, sóbrio na cidade ébria, procurando um espaço para o meu tédio, subindo o mesmo prédio todo dia, no mesmo horário, perdendo o sol da manhã...

Nem sei se existo ainda, em que mundo fiquei, que nem percebi... Acho que fui junto e nem saquei, na roupa velha que foi embora no corpo daquele mendigo, na camisa carcomida pelo tempo e que virou pano de chão com todas cheiros e lembranças antigas.