SILÊNCIOS OMISSOS

Pra onde vão os beijos não dados, os carinhos retraídos, os não-feitos, o não que não foi vivido?

Ficariam armazenados nas gavetas do esquecimento, estanques no poço escuro dos arrependimentos. No silêncio do futuro incerto?

Pra onde vão as palavras não ditas, as ditas e caladas à bala, abortadas, sufocadas, sem ar, não ouvidas, matadas quando negadas?

Palavras que ficarão submersas, onde o sol não alcança, travadas na garganta, nos subterrâneos da omissão, onde moram todas as mágoas, as injustiças e as maledicências.