CICLOS

Sentimento dionisíaco,

Outro a este se assemelha?

Em tantos outros padeço,

Mas, neste, vivifico minh’alma.

Incognoscível e onomástico,

Doa à origem de minh’alma,

Gotas imperceptíveis de alívio.

Em mezinhas amparo-me,

Ermo refúgio de romarias solitárias.

Sortilégios de uvas vivas,

Meu sacrilégio pessoal e originário.

Orvalho dionisíaco,

Refresca-me a garganta ressequida,

Segas o fogo insurgente,

Que teima, teima, rega e seca e queima,

O vinhal de meus desejos.

Dionisíacas gotas diárias,

Regue meus ciclos vitais

Com o líquido do vinhedo das senhoras de minha vida,

Pois que refestelo-me nele,

Visgo que é vinho adocicado de cheiro singular,

Que de minha boca faz seu,

O cálice de prazeres inebriantes.

C.J.Maciel

Poema devidamente registrado em cartório em nome do autor. Toda e qualquer reprodução, sem expressa permissão, sofrerá as sanções cabíveis conforme rege a Lei dos Direitos Autorias.

Carlos Maciel CJMaciel
Enviado por Carlos Maciel CJMaciel em 22/10/2007
Código do texto: T704708
Classificação de conteúdo: seguro