À minha filha Hellenna
Agora estou só
sentado,feliz e pensando.
O que será?
No ônibus para casa, quem sabe se chegará?
Que importa se a porta
abre-se ou se fecha,
pois vejo o que quero.
Espero...
A luz se apagou,
escuro ficou.
A luz que ilumina,
que mata e cega.
DÁ A VIDA.
A luz de onde vem?
Quem sabe não diz,
ou não pode.
Sacode, balança, mas não me cansa.
O excesso de luz escurece,
cega e mata.
Na trilha seguida se ia,
via-se e seguia.
Que importa se brilha ou cega.
A luz não se pega!!
Hellenna é luz que alumia,
de noite e de dia,
eu diria.
Hellena pequena,olhos brilhantes
como diamantes.
Água corrente e fria,
reflexos do sol cristalina
vê-se o fundo do rio.
QUE BRILHA.
Sorriso gentil,Hellenna,pequena menina
que anima dá forças e coragem.
Água corrente não fica parada.
ESTAGNADA.
Água corrente, direto pro mar.
Água parada, para evaporar,
perder-se no ar.
RETORNAR.
Vida sem rumo,parada sem prumo,
vida ativa, vivida e cantada,
em prosa e verso, é o anverso
da folha virada.
Festa cantada nunca chorada,
faces coradas beleza irradia.
Hellenna pequena é luz que alumia.
O cego que canta o homem que vê,
ver e sentir a beleza plena,
que existe em Hellenna.
Num mundo corrido quem corre se cansa,
pára,senta e se levanta.
Devagar se segue percorre a trilha,
não corre mas chega,
inteiro e primeiro.
Qual o caminho?
Que diga a razão.
Seguir o caminho
é viver duas vezes,
o certo não erra.
Máquina parada emperra,
quebra o equilíbrio,
da rota.
ENTORTA.
Seguir sempre em frente, não olhar para traz
satisfaz o próprio anseio,
do mundo de baixo de cima e do meio.
Hellenna, pequena peralta,
supera-se na espera do próprio amanhã,
que virá no momento oportuno.
Na hora aprazada.
Brilhante sem jaça
não fica parado.
É logo comprado.
Agora nesta hora, já posso enxergar a verdade,
sentir a grandeza da realidade,
do dia de hoje.
Que já foi amanhã.
E depois o que será, não posso dizer
mas posso sonhar, com o hoje e o amanhã,
quem sabe o passado.
BEM VIVIDO AMADO E QUERIDO.
Eu vejo e sinto
não sei se pressinto,
o dia melhor,que virá.
Agora, no entanto, como por encanto,
calo-me e, voltando ao casulo que me abriga,
fecho-me com medo.
Da mão que escreve
e da fala que diz,
da mente que manda.
A mão que escreve,
a boca que fala,
os olhos que vêem,
são apenas sentidos, mas uma
mente aberta nunca se aperta.
A mente que manda
à mão aprendiz, escreve sem pena
algo bonito
para os olhos lerem,
a boca falar,
onde toda a harmonia
de uma sinfonia,
estando na pauta,
na pauta que encerra.
A verdade sem jaça,
é como a água que corre
como festa cantada,
ou a luz enxergada
MAS NUNCA TOCADA.
Escreve sem pena,
algo bonito
que fale de Hellenna.
12/08/1981