MADRUGADA ÚMIDA DE SAUDADES

 

Sinto que te amo, porque tenho saudades.

 

Não sei o porquê de me sentir trespassado por essa dor gostosa, na verdade, eu bem sei que essa dor é causada pela ausência da mulher amada.

Ela permanece fisicamente distante, pois eu sei também que a essa hora da madrugada, ela dorme envolta por aquele aroma tépido e perfumado exalado pelo seu inerte corpo.

Ah silenciosa, o teu perfume me instigava a desejos incontroláveis, pois quando eu te acariciava sentia o frenesi sentido pelo teu corpo santo, é que, naqueles momentos, tu sentias a energia que fluía das minhas mãos, essas mesmas mãos que sempre estarão famélicas de amor por ti.

As minhas mãos, como tu bem as conhece, sempre terão guardadas para ti as suas carícias, os meus lábios também estarão sempre prontos para orbitar em beijos lúbricos os teus, que sempre se encontram grávidos de luzes pela sedução brilhosa do gloss.

Nesta madrugada em que já se assanha uma aurora com os acordes dos pássaros, lembro-me agora que já acordei enroscado em teu macio corpo com essa mesma sinfonia, e assim, acordei com o sabor dos teus lábios nos meus, na verdade, ainda os sinto assim como foi no sonho.

Esse teu corpo, confesso ser o meu sacrário sagrado, um porto eterno de carícias, que envolve com as suas delícias numa labareda viva e indizível, o meu, que já amanhece estremecido de desejos inconfessáveis.

Por tudo isso e por muito mais coisas, eu confesso que te amo desmesuradamente.

 

 

Eráclito Alírio da silveira
Enviado por Eráclito Alírio da silveira em 21/02/2008
Reeditado em 28/02/2008
Código do texto: T869659