"DE MANHÃ"

Já é manhã, sou despertado por espadas douradas, que adentram no meu quarto vazio, pelas falhas da cortina.
Sou tocado pela brisa gélida, que acaricia o meu rosto...a minha pele, e faz-me sentir vivo.
Sou incomodado pelo badalar insistente do sino da matriz; Ouço a voz de um auto-falante na praça, que anuncia aquelas lindas canções.
Encubro a cabeça com um lençol, e novamente já estou a cuxilar; Novamente sou incomobando, desta vez é minha mãe que insiste em me acordar.
Um tanto mau humorado eu desço do meu leito, estufo o peito, e abro a janela; O sol invade o meu quarto, e enche de luz o meu ser.
Agora eu sinto saudades, eu sinto vontade de vê-la; Eu visto a minha calça curta, calço o meu sapato e me vou; Eu vou me
ncontrar com ela; Ah! Que falta de sorte! Ela já se foi... cantar no coralzinho da Igreja, e eu eufórico, ancioso e impaciente, agurdo ali na frente...mas as horas não passam! Os minutos são intermináveis.
Oh! Lá vem ela! Com o seu andar graciosa... eu vou me abraçar com ela, mas tenho vergonha da mãe dela; Oh! O que farei agora?! Mas ela passa e nem me vê...ela foi embora...
eu caminho tríste pelas ruas, eu chuto as latas que teimam em atravessar o meu caminho, e depois me conformo; E falo comigo.
- Mas ela nem sabe, que eu a amo tanto!