FALANDO DE AMOR, DE PÉTALAS E DE POEMAS

 

 

02/05/08

 

 

Para uma menina de nome Maria.

 

 

 

Os teus cabelos mesclados de furioso trigo maduro, nesta manhã, eles me envolveram e eu os maculei com os meus desejos mais do que secretos.

E assim, neles eu me enredei, me emaranhei e os desalinhei, é lógico que foi um produto licencioso da minha imaginação e do meu incoercível desejo.

Na verdade tu és o meu sonho e, nessa transcendência onírica, eu me perco ensimesmado nutrindo um desejo profundo que gostaria fosse uma realidade.

Em ti se acumularam de forma mágica todos os encantos, e os meus olhos se comprazem com esses mesmos encantos.

Agora eu quisera ser um vento e, como uma brisa suave, soprar docemente nas tuas faces para te provocar um frenesi de sensações irrecusáveis.

Fogo eu também quisera ser agora, para com o meu calor te incendiar e te envolver de indizíveis prazeres.

Para que, quando estivermos devidamente aquecidos nos perder em íntimas e gostosas lascívias, sozinhos entrelaçados e esquecidos do mundo.

Sempre quando eu te vejo, tu és transformada na minha real basílica de amor, a minha pequena, real e gostosa basílica de desejos sabidamente praticados.

Prostro-me ante a tua beleza sem o caráter do sacrifício e fico demasiado feliz, quando me provocas com a tua graciosidade de menina atrevida.

Em meus sonhos eu diviso os teus finos lábios de carmesim, verdadeiras pétalas de carne quente grávidas de amor e de desejos.

Neste momento me cai o orvalho frio na alma, com a gélida dor da saudade que me inspira, para compor os versos deste poema que doravante será somente teu.

Mesmo distante de ti os teus olhos me envolvem, e eu com nada mais me envolvo quanto estou assim misteriosamente envolvido.

Chove e está muito frio, agora tu me fazes falta, pois eu me acostumei muito rápido com o teu benquerer, e assim, eu já não sei mais viver sem a tua graciosa presença.

Neste meu exílio e aqui esquecido neste ermo, eu penso que somente os teus olhos me envolvem dentro dessa solidão, mas na verdade, embora estejam distantes, eles me possuem cheios de ternuras indescritíveis.

Se te amo é totalmente desnecessário dizer, porque a ti eu sou vulnerável, me transformo em vassalo teu e me quedo diante de todos os teus encantos.

 

 

 

Eráclito Alírio da silveira
Enviado por Eráclito Alírio da silveira em 02/05/2008
Reeditado em 02/05/2008
Código do texto: T972155