MINHA USINA DE SONHOS

 

 

Confesso, eu mesmo me parabenizo!

 

18/05/2008

 

 

Dentro desse meu elevador existencial, hoje, eu alcanço o 66° andar do é-difícil da minha existência.

Nada tenho para reclamar, pois a minha vida se desenrolou como se fosse uma usina produzindo sonhos.

É verdade, uns foram amargos, outros nem tanto, mas a maioria dos sonhos na minha vida foi uma apresentação de momentos inefáveis.

Como é gostoso lembrar-se da juventude cheia de paixão, da infância bordada de lendas e de fadas, agora essas lembranças bailam sozinhas entre suspiros que viajam até ao infinito.

O tempo passa e nós nem percebemos.

Se acontecesse um erro no meu cronômetro particular de vida e, assim fosse acrescentado mais um dígito, hoje eu seria identificado como a suposta Besta Apocalíptica. (666)

Esse intróito um tanto jocoso e saudoso é só para dizer que hoje eu faço aniversário, portanto, estou aceitando que me desejem ou me dêem os parabéns.

Realmente a minha vida foi e continua sendo uma história, uma rica fantasia até, mas mesmo assim dessa forma lúdica, eu a amei e continuo amando-a.

Fazer poesia com sessenta e seis anos é transformar a vida em tercetos e quartetos de duras agonias.

Mas eu não pretendo morrer lentamente nessa agonia, pois eu juro que, em qualquer manhã dessas, eu ainda me olharei no espelho e verei nos meus olhos, o brilho, aquele brilho que denuncia estar se vivendo uma nova paixão.

Ah, estes meus olhos que já se acham cansados, eu bem os conheço, todavia, ainda estão preparados e aptos para se encantarem de novo.

Confesso a bem da verdade que poderia estar mais contente hoje, e apagar essas dezenas de velinhas com os meus sopros, mas gostaria de estar acompanhado é claro, dos sopros da mulher amada.

Infelizmente, eu acho que essa minha pretensão não vai ser possível de ser realizada, pois a mulher amada está muito distante, e ela ainda está perambulando pelos meus teimosos sonhos.

Agora, eu a convido para que saia da minha questionável inconsciência, e venha me ajudar a apagar as velinhas antes que se derretam sozinhas e se afoguem entre as frutas e o glacê do bolo.

 

 

 

 

 

Eráclito Alírio da silveira
Enviado por Eráclito Alírio da silveira em 20/05/2008
Reeditado em 20/05/2008
Código do texto: T997123