Natureza em polvorosa entre os passarinhos,
voam de lá para cá, todos em dança primaveril,
procurando cantos escondidos para ninhos
habitam até pequenas frestas junto ao lambril

Porém alguns são muito mais ousados
tornam-se donos de qualquer pedaço,
fazem ninhos onde não são esperados
ocupando sem cerimonias meu espaço

Há muitas árvores para construírem
as suas lindas casas,  sem telhas e ventiladas,
mas usam e abusam de tudo, sem nos pedirem,
criam os filhotes e partem em revoadas

Porém muitas saudades já me deixam
quando vejo os ninhos ali abandonados,
não os retiro, deixando-os de lembrança,
desta época repleta de cantos e trinados


 


 Hoje contei, apenas onde consegui enxergar, onze ninhos abandonados e  haviam outros mais no alto, onde não sei se já nasceram os filhotinhos.
Eram de Sabiás, Rolinhas, Tico-tico, Sanhaços, Bem te vis etc... que já se foram com seus filhotes aprendizes, num vai vem de voos em total liberdade.
Alguns voltam em rasantes pelo jardim, numa algazarra de felicidade, indo ao pomar bicar as frutas todas, que ali estão para isso mesmo, são deles. Todos dividem o espaço sem encrencas, convivendo entre iguais e diferentes, assim como exemplo aos humanos. Nenhum é mais que o outro e nada desperdiçam, alimentam-se, deixam aos que vierem também uma porção.
Exemplo que não canso de citar:se cada um de nós fizesse a sua parte, pensando no outro, o mundo dos humanos e em geral, seria muito melhor. 

Foto:Marilda

Marilda Lavienrose
Enviado por Marilda Lavienrose em 14/11/2010
Reeditado em 15/09/2013
Código do texto: T2615190
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