Ele chegou de mansinho,
aqui nem foi convidado,
quando soubemos já estava
 num cantinho, bem instalado

Por ali muito quieto ficou
 e nenhuma palavra disse,
muito menos me olhou
era como se eu nem existisse

Fiquei um tanto magoada
pois lhe dei casa e comida,
fêz de mim uma coitada
e invadiu a minha vida

O tempo foi passando
nem mais o percebi,
ele à noite trabalhando,
eu, no dia a dia, em tarefas aqui

No crepúsculo, após leve chuvinha
dessas de um quente verão,
resolvi visitar a sua casinha,
mas ele não estava lá não!


Pensei que tinha abandonado
esse espaço que lhe ofertei,
espiei por todos os lados

de maneira alguma o achei

Fui embora meio chateada
pois não gosto de ingratidao,
caminhei rápido pela escada
quando nos pés levei um esbarrão


Com isso fiquei assustada
e se fosse uma assombração?
dei um grito e saí em disparada
estava tudo em plena escuridão !

Fui tropeçando e caindo
nem sequer para trás olhei,
percebi alguém me seguindo
corri tanto, quase sufoquei !

Quando uma luz  acendi,
bendita lãmpada - já dentro do pomar,
virei-me e foi  então que vi
quem estava a me assustar

Ele também muito me olhou
com seu olhão esbugalhado,
tenho certeza que se assustou
não fui nada de seu agrado

Era o tal inquilino misterioso
o "Hugo", a quem apelidei,
um sapo verde, muito feioso,
que no meu jardim -sem querer- criei

Amo e preservo a natureza
e a todo o mundo animal
e o "Hugo" é útil na limpeza
do jardim e também do matagal

Deixei-o ali bem quietinho,
dei três passos para trás,
consegui sair de mansinho
como Fórmula Um - num zás...

 

 


Um bucólico fato real. Fazer o que? Cada pessoa tem suas manias e a minha é não desentocar nenhum bicho para fora de onde ele resolveu viver. Há espaço a todos, cada um respeitando o limite do outro.
"Hugo" é nome próprio, lindo e pomposo para um sapo tão feioso. Porém ele é util, faz a limpeza de insetos que danificam jardins e hortas.
Todavia ele não é princípe -quer dizer- não sei, pois juro que não o beijei!


Foto da "casa" do Hugo

 



Gosto de fazer quadrinhas, mesmo quebradas,  contando casos, de preferencias reais, na vivencia do ambiente dos alunos, passando reflexões e algumas lições,  pois como professora sempre usei o método e contava historinhas, finalizando com alguma lição. Nesse caso, seria: não maltratem sapos, são feinhos, mas úteis, comem insetos nocivos de jardins, hortas e pomares.


30/03/12



Marilda Lavienrose
Enviado por Marilda Lavienrose em 30/03/2012
Reeditado em 20/05/2016
Código do texto: T3584362
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