Cavalgada
Estou montado na garupa do tempo
Porque na sela, já vem o destino.
E num galope ligeiro e limpo
Passo pelo meu tempo de menino.
Nunca dei muita atenção a nada
E quando passei para a sela
O destino me deixou na invernada.
Num trote duro e sem vela.
Nunca mais desapeei, e de rédea solta
Essa estranha montaria me traz
De cabresto preso, em volta e volta,
Como o barqueiro cego, que ninguém traz.
Deixei de ter pressa, e de sonhar
Já não importa o galope ou o trotar
Não posso descer do cavalo, tento me agasalhar
Pois quando fechar os olhos, só continuarei o trotar.
Fernando Alencar
28/12/2019 * 19:45 hs.