Cântico

Nos ermos do meu sertão, vi vacas esqualidas morrendo,

E meninos em pele e osso, de bucho quebrado.

Vi meu irmão a chorar abraçado aos pés de avelós,

Com medo de perder a esperança que resta em Vós.

Mas veio a chuva trazendo um sorriso de felicidade

E do beiço do Pajeú contemplo a água em velocidade,

Que se vai cantando suas loas e espalhando vida,

Agora me vejo cavucando de novo a terra molhada.

Eu que transmormava lágrimas em pingos de chuva,

Agora tenho a cheia do rio, pra me acalmar e louvar

Cantando bem alto minhas preces de louvor e gratidão

A um Deus que de vez em quando se lembra do meu sertão.

Fernando Alencar

17/06/2016*04:38hs.

Fernando Alencar
Enviado por Fernando Alencar em 21/08/2020
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