Cântico
Nos ermos do meu sertão, vi vacas esqualidas morrendo,
E meninos em pele e osso, de bucho quebrado.
Vi meu irmão a chorar abraçado aos pés de avelós,
Com medo de perder a esperança que resta em Vós.
Mas veio a chuva trazendo um sorriso de felicidade
E do beiço do Pajeú contemplo a água em velocidade,
Que se vai cantando suas loas e espalhando vida,
Agora me vejo cavucando de novo a terra molhada.
Eu que transmormava lágrimas em pingos de chuva,
Agora tenho a cheia do rio, pra me acalmar e louvar
Cantando bem alto minhas preces de louvor e gratidão
A um Deus que de vez em quando se lembra do meu sertão.
Fernando Alencar
17/06/2016*04:38hs.