MITOLOGIA GREGA: A HISTÓRIA DOS DEUSES (Parte I)

A memória de um povo não pode morrer no pôr-do-sol da História da Humanidade. Mantê-la brilhando é dever de cada um, seja resgatando-a nas falas daqueles que os anos já pesam no corpo curvado pelos anos, seja nas marcas deixadas nas pedras soterradas pelo tempo, seja nos livros rotos e armazenados nos porões de museus e casarões antigos, seja em monumentos e construções arruinados pelas muitas gerações de vidas por ali passadas. Não importa! A história de cada povo não pode morrer jamais. Como mantê-la viva, afinal?

Quando ainda não havia tecnologias tão avançadas e a Ciência engatinhava em suas descobertas ou, pelo menos, ensaiava aqui e ali algumas hipóteses da vida do ser humano sobre a Terra, o Homem criava as possíveis histórias da criação, contava seus mitos e lendas para explicar o que era até então obscuro e inteligível aos olhos e demais sentidos humanos: Por que das estações dos anos? Por que dos trovões, maremotos, temporais, chuvas torrenciais, neblinas? O que é o céu? Há inferno, limbo? Por que morremos? Para onde iremos depois da morte? Para que ou quem servir? A quem obedecer? Por que uns são reis e outros escravos? O que há por trás daquela montanha, daquela nuvem, daquelas estrelas...? O que é o Sol, a Lua, o Vento, as Marés, as ondas do mar... ? Por que os homens morrem afogados? Por que há a guerra? A principio, mistérios que eram impossíveis de se entender. Obstáculos intransponíveis para simples seres mortais. Surgiram deuses, deusas, semideuses e heróis. Somente estes poderiam responder tais questionamentos e dar solução a tamanhas indagações.

A imaginação sempre foi o começo de tudo para tudo e para todos. Na Grécia Antiga, isto não foi diferente. As narrativas mitológicas que os gregos contavam para explicar os fenômenos da natureza e os acontecimentos históricos eram realmente muito imaginativos, visto que, há três mil anos atrás, não havia explicações científicas.

Os antigos gregos colocavam vida em quase tudo o que viam e buscavam explicações para tudo também. Criaram personagens e figuras mitológicas das mais diversas: heróis, deuses, deusas, ninfas, titãs, górgonas, quimeras, sereias, sátiros e centauros. Todos estes seres habitavam o mundo material de uma forma tão real que influenciavam diretamente a vida dos gregos daquela época. Um exemplo concreto desta influência eram as consultas aos Oráculos, para saber sobre o presente e o futuro, e as constantes ofertas aos Deuses a fim de agradá-los constantemente.

Acreditar em vários deuses abre possibilidades para construir um rol de seres divinos com características diversas. As muitas divindades adoradas pelos antigos gregos possuíam diferentes características e comportamentos semelhantes aos dos homens: maldade, bondade, violência, traição, ciúme, egoísmo, fraqueza, força, inveja, ódio, vingança... Os deuses gregos eram imortais, porém possuíam características de seres humanos. De acordo com este povo, as divindades habitavam o topo do Monte Olimpo, principal montanha da Grécia Antiga, de onde decidiam a vida dos mortais. Deste local, comandavam o trabalho e as relações sociais e políticas dos seres humanos. Cada entidade divina representava forças da natureza ou sentimentos humanos. Zeus era o de maior importância, considerado a divindade suprema do panteão grego. Acreditavam também que, muitas vezes, os deuses desciam do monte sagrado para relacionarem-se com as pessoas. Neste sentido, os heróis eram os filhos das divindades com os seres humanos comuns. Cada cidade da Grécia Antiga possuía um deus protetor.

Os Deuses do Olimpo:

Zeus - deus de todos os deuses, senhor do Céu.

Afrodite - deusa do amor, sexo e beleza.

Poseidon - deus dos mares e oceanos.

Hades - deus das almas dos mortos, dos cemitérios e do subterrâneo.

Hera - deusa dos casamentos e da maternidade, protetora das mulheres.

Apolo - deus da luz do Sol, poesia, música, beleza masculina e das obras de artes.

Ártemis - deusa da caça e da vida selvagem, da castidade, animais selvagens e luz.

Ares - divindade da guerra.

Atena - deusa da sabedoria e da serenidade. Protetora da cidade de Atenas.

Cronos - deus da agricultura que também simbolizava o tempo.

Hermes - mensageiro dos deuses, representava o comércio e protegia os comerciantes, viajantes e diplomatas e as comunicações.

Hefesto - divindade do fogo e do trabalho, deus dos metais, metalúrgica.

Eros – deus do amor, da paixão.

Héstia – deusa do lar.

Deméter – deus da colheita, agricultura

Dionísio – deus das festas, do vinho.

Gaia – Titã, representa o planeta Terra.

Os principais seres mitológicos da Grécia Antiga eram:

Heróis: seres mortais, filhos de deuses com seres humanos. Exemplos: Heracles ou Hércules e Aquiles.

Ninfas: seres femininos que habitavam os campos e bosques, levando alegria e felicidade.

Sátiros: figura com corpo de homem, chifres e patas de bode.

Centauros: corpo formado por uma metade de homem e outra de cavalo.

Minotauro: corpo formado por metade de homem e outra de boi.

Sereias: mulheres com metade do corpo de peixe que atraíam os marinheiros com seus cantos atraentes.

Górgonas: mulheres, espécies de monstros, com cabelos de serpentes. Exemplo: Medusa.

Quimera: mistura de leão e cabra, soltavam fogo pelas ventas.