No íntimo do silêncio - livro de Eritânia Brunoro - Editora Scortecci.

Participante da Antologia Delicatta, que teve seu lançamento no Itaú cultural de São Paulo, no dia 14 de agosto de 2010, com a presença de muitos poetas, inclusive vários que militam aqui no Recanto das Letras, que foram convidados a participar da antologia por terem seus trabalhos reconhecida qualidade, tive também a honra e a satisfação de conhecer Eritânia Brunoro, autora do livro de poemas No íntimo do silêncio, que, logo pelo delicioso título instigou a vontade de ler.

Esta resenha foi escrita ontem, logo que cheguei em casa, vindo de São Paulo e postada como comentário em forma de carta remetida à autora.

Tem, assim, direcionamento interlocutório àquela que compôs o livro, e, por ter sido escrita ainda sob o impacto positivo da leitura,

assim a mantive; como segue abaixo transcrita:

Li teu livro nas duas horas de espera no Aeroporto de Congonhas e durante o retorno à Vitória, em voo tranquilo; então a leitura foi, ipsis literis, uma viagem ao teu lirismo poético. Pérolas sutis das tuas metáforas, passo a passo, e, no fundo, no fundo; e logo, logo, foram evocando o leitor a ser poeta também, ao menos enquanto lesse tu livro No íntimo do silêncio, espaço de surdez que criaste para o compartilhamento das tuas letras, no sequenciamento das palavras a comporem cada verso; num envolvimento do leitor não em teias ou artimanhas ou recursos de sedução obscuros e abjetos ao bom poema, mas sim na claridade dos teus versos capazes, conforme mesmo escreveste, de deflorar gemidos do lábio, na medida que a leitura nos impele a declamar, liberar o som de No íntimo do silêncio, a fim de que ousemos romper esta barreira do som apenas pelo apelo de beleza que nos conduz, agora uso um outro verso teu, a ter "infarto de verdades ocultas na pele", verso de estupendo sensorialismo, aveso ao mínimo sensualismo, capaz, assim, e somente dessa forma, de provocar a emoção necessária a leitura da boa poesia, da ótima poesia que nos vai a cativar letra por letra na composição da palavra, sempre posta a favor da delicadeza, delicadeza íntima do silêncio, no qual laboraste cada verso, e são mais de cem, todos aprazíveis, todos elos de correntes que vão se desprendendo para que o teu canto enfim crie anelos com cada leitor, que, se sentirem o livro como quem faz essas observações, encontrarão pérolas nestes elos de correntes, na composição de um anel posto à mesa por uma artesã da palavra, cujo sentido precípuo é o de emocionar no carinho que apascenta os olhos no ato da leitura dos teus versos. Teu livro, No íntimo do silêncio sera oferecido a leitura de minhas meninas, mulheres e jovens como és; e farei isso com gosto; pois marmanjo quase bissexto, encontrei nos teus versos um pouco da delicadeza perdida nas rugosidades de meu rosto; que me fizeram sorrir no gosto de ler. Pois No íntimo do silêncio há amor.

Fabio Daflon
Enviado por Fabio Daflon em 16/08/2010
Código do texto: T2440712
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