Zonza - romance de estreia de Gabriela Moro
O romance de estreia da escriba Gabriela Moro tem nuances de literatura fantástica e, apesar de o fluxo da leitura ser ágil, começa de forma intrigante, pois não sabemos se o que ocorre é de fato realidade ou não. Trata-se de um livro infanto-juvenil onde os elementos da história “mal contada” causam estranhamento. Um cão é procurado dentro do quarto da menina, mas não tem cheiro, não late, e facilmente se esconde, quando a inspetora da pensão vai fazer vistoria no alojamento. O prédio onde mora o psicólogo da personagem principal, de repente, pega fogo e não há mais psicólogo nenhum; todo um mundo construído a partir da ótima capacidade de fabulação da autora rui quase ao mesmo tempo. Nada parece ter uma lógica, uma organização, os capítulos são pequenos como se houvesse um medo de dizer mais, medo que o leitor compartilha, pois começa a se questionar sobre o que pode ter causado essa confusão toda que dá nome ao livro: Zonza. Essa confusão é levada a um ponto extremo em que personagens do livro vão tomando forma real e original enquanto outros personagens vão sumindo como se fossem produto de um delírio.
O mérito maior do livro, bem escrito por sinal, embora traga a ousadia da forma simples e objetiva de escrever sobre temas complexos, entre eles a morte e o estresse pós-traumático, é a empatia que a linguagem juvenil provoca no leitor. Isto é, a autora consegue dar voz a uma moça, ao que parece saindo da adolescência, período da vida sobre o qual o Dr. Rinaldo De Lamare escreveu ser caracterizado entre outras manifestações por reações imprevisíveis. Coincidentemente, Gabriela Moro consegue levar o leitor a um suspense, a uma imprevisibilidade, que ao final do texto, desvendada a história, demonstra a capacidade autoral de teatralização dos personagens, pois ninguém é o que aparentava ser, e o que era não é mais. Mas continua a ser, ainda assim, pois tudo no texto ocorre entre o sonho a ser compreendido e a realidade.
O mérito maior do livro, bem escrito por sinal, embora traga a ousadia da forma simples e objetiva de escrever sobre temas complexos, entre eles a morte e o estresse pós-traumático, é a empatia que a linguagem juvenil provoca no leitor. Isto é, a autora consegue dar voz a uma moça, ao que parece saindo da adolescência, período da vida sobre o qual o Dr. Rinaldo De Lamare escreveu ser caracterizado entre outras manifestações por reações imprevisíveis. Coincidentemente, Gabriela Moro consegue levar o leitor a um suspense, a uma imprevisibilidade, que ao final do texto, desvendada a história, demonstra a capacidade autoral de teatralização dos personagens, pois ninguém é o que aparentava ser, e o que era não é mais. Mas continua a ser, ainda assim, pois tudo no texto ocorre entre o sonho a ser compreendido e a realidade.