Superação



Já não faço conta das longas madrugadas

Atadas nas angustiantes  imagens caladas
Triste desfilar dos  escombros  do passado
Restos do   existir renegados ao  abandono
 

 
 
Já não faço conta das longas madrugadas
Noites  intermináveis de pranto banhadas
Vazio  silencioso a furtar as horas de sono
Espinhoso leito,  outrora inebriante trono


 

Já não faço conta das longas madrugadas
Onde as estrelas vivem da lua  divorciadas
Ocultas sob  nuances do céu azul carbono
Sepulcro dos corações distantes  do dono



 
Porque o pranto fez prematuro o outono
Cicatrizou  dolorosas chagas do abandono
Fez das lágrimas pérolas de vida adornadas
Já não faço conta das longas madrugadas...



(Ana Stoppa)



 


Ana Stoppa
Enviado por Ana Stoppa em 21/01/2013
Reeditado em 21/01/2013
Código do texto: T4096074
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