Vozes do vento

O vento sussurrando aos meus ouvidos,
Sons estranhos, nas entranhas calafrios.
Ares, com toda fúria, provocava arrepios,
Sentimentos, recônditos prazeres vividos.

Embrenha-se pelos poros todo um clamor
De vozes confusas, fracas, poeira levada
Pelos ventos alísios, na mente extasiada,
As vozes roucas, ecos surdos sem amor.

Vívida lembrança dos tempos de menino,
Iluminada pelo largo sorriso fixo na face,
A inocência doce e pura, sempre renasce.

Mas o tempo é curto, ataca e assalta felino,
E já homem, o soído traz lágrimas na cara,
Quando com as vozes da fome se depara.
Geraldo Mattozo
Enviado por Geraldo Mattozo em 01/10/2008
Reeditado em 29/05/2011
Código do texto: T1205712
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.