Livre desvairar

Queria ser como a ave, bem alto voar,
Cortar os espaços e sem rumo planar,
A Deus, melodias suaves, poder entoar,
Vasculhar as matas, penhascos profanar!

Queria ser como as nuvens a se amontoar,
As suas formas diversas tentar explanar,
Despejar a chuva sobre a terra até enjoar,
E pelos quatro cantos os homens irmanar!

O que me difere das aves: só a liberdade!
Preso em mentiras, fraudo a verdade,
Minha vida tem sido de enganos mortos!

Nas nuvens é onde busco os seguros portos...
Sou um planador num céu qualquer a pairar,
E, que como tantos, está por aí a desvairar!

Geraldo Mattozo
Enviado por Geraldo Mattozo em 30/10/2008
Reeditado em 13/07/2011
Código do texto: T1256569
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