A dor de perdoar
Enquanto a dor pulsava, sem perdão,
No âmago do ser bem magoado,
Nas nuvens vi um céu algodoado
De brancas esperanças em cordão;
E a dor tão insistente, ressentida,
Pulsava ainda mais forte em meu ódio,
Como um campeão que vai ao pódio
Com anabolizantes na corrida
Levada até ao fim como uma farsa.
Pois perdoar alguém exige calma,
E ausência de dor no fundo da alma.
O contrário será sempre vingança,
Com dor não se perdoa nem criança,
Quiçá quem nos causar uma desgraça.