O Ódio e o Tempo
Passado só persegue o presente
Como lembrança vã ou de orgulho,
E o tempo indisposto a embrulho
Faz que o sujeito esteja bem ausente
De tudo que se vive no momento
Exato do relógio inventado,
O mais provavelmente em tormento
Como se fosse o tempo terminado
Por determinação inconseqüente:
Estase numa poça de aneurisma
De artéria em rompimento iminente.
O ódio quer amor onipotente,
E tudo que o rejeita causa cisma,
Pois ódio quer viver eternamente.