ABANDONADA
Ali deitada o meu corpo gemia
Sem forças tive de ali pernoitar,
De manhã quando o sol já aquecia
Levantei-me e comecei a caminhar.
Devagarinho, sem pressas fui andando
A boca seca tinha um amargo a fel,
Tropeçava e caía de vez em quando
Senti que a vida para mim era cruel.
Os meus sonhos ficaram naquele banco
A minha alma ficou desfeita em pedaços
Acreditei que tu para mim eras franco...
E abracei-te com as pernas e os braços
E hoje as minhas lágrimas não estanco
Pois deixaste em mim imensos traços.
Mª Custódia Pereira
(Biazocas) 22-11-08