Instinto adormecido

Sagrada noite, em pálpebras fechadas,

Saúdo o momento do repouso.

O argueiro ainda arde, mas não ouso

Abrir os olhos tristes às flechadas

De luz, mesmo de néon, tão friorenta

Como fio de morte que me invade,

Numa contraposição à inverdade

Da existência vã, mas que enfrenta

O sono mais que justo com pupilas

Cobertas pelas pálpebras serenas,

Sem ilusão de ser mar oceânico.

Em sono que, amada, não repilas,

Tranqüilo e mensurável pelas trenas,

Consigo ao debelar poder orgânico.

Fabio Daflon
Enviado por Fabio Daflon em 06/12/2008
Reeditado em 08/01/2010
Código do texto: T1321885
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