Soneto do boêmio que virou homem de família
dedicado ao meu amigo João Ninguém
Não ser, eis o ajuste necessário
de pai frente ao bojo da família,
sentado nessa mesa onde diário
almoço, lancho, janto e me humilha
abrir sempre a mão do que desejo
em prol da educação pura da prole
diversa da minh’alma sujo brejo,
aonde ninguém vem beber um gole.
A mãe por sentir nojo do meu cheiro
de sexo em mundanismo escarmentado,
fechando-se de todo a experiência;
a filha por ser jovem no poleiro
das aves em gaiola e cadeado
na qual mantém cativa a inocência.