Soneto do boêmio que virou homem de família

dedicado ao meu amigo João Ninguém

Não ser, eis o ajuste necessário

de pai frente ao bojo da família,

sentado nessa mesa onde diário

almoço, lancho, janto e me humilha

abrir sempre a mão do que desejo

em prol da educação pura da prole

diversa da minh’alma sujo brejo,

aonde ninguém vem beber um gole.

A mãe por sentir nojo do meu cheiro

de sexo em mundanismo escarmentado,

fechando-se de todo a experiência;

a filha por ser jovem no poleiro

das aves em gaiola e cadeado

na qual mantém cativa a inocência.

Fabio Daflon
Enviado por Fabio Daflon em 15/12/2008
Reeditado em 08/01/2010
Código do texto: T1335993
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