Soneto do amor à fúria

Saber desde a ternura até a fúria,

Só pode quem no amor alcança a glória

De ter em sua amada toda síntese,

Jamais o sentimento como hipótese.

E a amada saiba acolher a ira

Em calma como areia acolhe o mar,

Nas ondas de um corpo onde lira

Saiba um som bem doce derramar.

E os louros dessa glória na cabeça

Nem passam pois o amor é espontâneo,

É surdo ao que possa atrapalhar;

E sabe despedir toda lembrança,

Sem ter um pensamento consentâneo

Passado ou presente a marulhar...

Fabio Daflon
Enviado por Fabio Daflon em 24/12/2008
Reeditado em 08/01/2010
Código do texto: T1350875
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