Soneto da exclusão do mundo
Em tempo de espetáculos na mídia,
onde todas tragédias são bem-quistas,
procuro em paz levar meu dia-a-dia,
e preservar razões, pontos de vistas.
Sou só, quando escrevo, mal não faço;
Em casa não me exponho a um assalto,
Sou homem invisível no espaço
do cosmos ou do mar distante e alto.
Do lodo das cidades sei o gosto,
amor em cada porto sei esquecidos,
e o som do mar não bate em meus ouvidos,
nem sinto mais saudades ou desgosto.
Entre vida mundana e de casa,
sou pássaro em gaiola e sem asa.