Soneto da exclusão do mundo

Em tempo de espetáculos na mídia,

onde todas tragédias são bem-quistas,

procuro em paz levar meu dia-a-dia,

e preservar razões, pontos de vistas.

Sou só, quando escrevo, mal não faço;

Em casa não me exponho a um assalto,

Sou homem invisível no espaço

do cosmos ou do mar distante e alto.

Do lodo das cidades sei o gosto,

amor em cada porto sei esquecidos,

e o som do mar não bate em meus ouvidos,

nem sinto mais saudades ou desgosto.

Entre vida mundana e de casa,

sou pássaro em gaiola e sem asa.

Fabio Daflon
Enviado por Fabio Daflon em 07/02/2009
Reeditado em 08/01/2010
Código do texto: T1426616
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