Negra

Vou escrever soneto em branco e preto,

igual a um retrato três por quatro;

mas antes vou levá-la ao teatro

para termos programa bem compreto.

Compreto com penumbra e luz de velas,

e um buquê de rosas sobre a tábua,

mas antes num bom banho se ensabua

pantera, pele lisa, que revelas

ser mais do que mulher ser uma fêmea,

do macho totalmente alma gêmeas.

Branquelas são diáfanas nas horas

que alma se compõe com carne hígida,

jamais ouvi falar que negra é frígida,

tem febre de saúde essas danadas.

Fabio Daflon
Enviado por Fabio Daflon em 09/02/2009
Reeditado em 08/01/2010
Código do texto: T1429193
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