Delírio de março
Agora que é março, e o mar se apresenta
em toda sua volúpia de água e de manto,
sinto que o amor que te dedico e canto
Chega como maré montante e só aumenta,
ao ver aproximarem-se sereia e homem
na franja duma praia que antes deserta,
abre-se aos amantes na manhã desperta,
na hora em que do céu todas as nuvens somem.
Um dia ambos sabemos que será abril,
sem formosas canções que nós premeditados
nos lábios secaremos em febre e delírio.
Talvez algo se faça estar triste e ébrio,
mas com os sentimentos todos embriagados
na tua pele turva colherei um lírio.