Coroa de sonetos ao Dia Internacional da Mulher

Comemora-se hoje dia internacional

da mulher, este ser tão maltratado,

mas que traz em seu útero o sagrado

poder de gerar vida em mar de sal,

bolsa d’água de líquido amniótico.

Sempre com reduzidos vencimentos,

trabalharam c’ardor mui patriótico

entre guerras e em todos os momentos.

Lá em Nova Iorque com protestaram

contra as más condições laborativas,

operárias de indústria de tecidos.

Em Triangle Shirstwaist, numa fábrica,

muitas mortas no incêndio simbolizam

os seus dias tão tristes e sofridos;

ỶỶỶỶỶỶỶỶỶ

Nada em vão, pois surgiram sufragistas

com flâmulas ao vento da história,

com força de vontade, e sem preguiça,

em luta por votar até à vitória

de se tornarem plenas cidadães,

sendo mães, políticas aviadoras,

cientistas, ativas flores mães

das investidas desafiadoras

contra a reação conservadora,

dos homens e mulheres atrasados

no tempo de ascenção do feminismo.

Hoje, abriu-se a Caixa de Pandora,

todos males já são bem conhecidos,

e a mulher é mulher sem eufemismo.

ỶỶỶỶỶỶỶỶỶ

Mas são poucas que tem todos direitos

de se imporem e serem respeitadas,

de alimentar filhos em seus peitos,

de amarem, não serem mal-amadas.

Há miséria, há fome, violência,

há estupro, sadismo, masoquismo,

sem que haja amor, terna dolência

para índia e mulher de esquimó.

Quantas loucas serão sacrificadas?

Seduzidas, românticas, ingênuas

uni-vos, mas não sejam as viragos

de outro tempo, quando escarnecidas,

odiaram o macho semi-nuas,

pois com amor, muito amor, são vencedoras.

Fabio Daflon
Enviado por Fabio Daflon em 08/03/2009
Reeditado em 08/01/2010
Código do texto: T1475612
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