Coroa de sonetos ao Dia Internacional da Mulher
Comemora-se hoje dia internacional
da mulher, este ser tão maltratado,
mas que traz em seu útero o sagrado
poder de gerar vida em mar de sal,
bolsa d’água de líquido amniótico.
Sempre com reduzidos vencimentos,
trabalharam c’ardor mui patriótico
entre guerras e em todos os momentos.
Lá em Nova Iorque com protestaram
contra as más condições laborativas,
operárias de indústria de tecidos.
Em Triangle Shirstwaist, numa fábrica,
muitas mortas no incêndio simbolizam
os seus dias tão tristes e sofridos;
ỶỶỶỶỶỶỶỶỶ
Nada em vão, pois surgiram sufragistas
com flâmulas ao vento da história,
com força de vontade, e sem preguiça,
em luta por votar até à vitória
de se tornarem plenas cidadães,
sendo mães, políticas aviadoras,
cientistas, ativas flores mães
das investidas desafiadoras
contra a reação conservadora,
dos homens e mulheres atrasados
no tempo de ascenção do feminismo.
Hoje, abriu-se a Caixa de Pandora,
todos males já são bem conhecidos,
e a mulher é mulher sem eufemismo.
ỶỶỶỶỶỶỶỶỶ
Mas são poucas que tem todos direitos
de se imporem e serem respeitadas,
de alimentar filhos em seus peitos,
de amarem, não serem mal-amadas.
Há miséria, há fome, violência,
há estupro, sadismo, masoquismo,
sem que haja amor, terna dolência
para índia e mulher de esquimó.
Quantas loucas serão sacrificadas?
Seduzidas, românticas, ingênuas
uni-vos, mas não sejam as viragos
de outro tempo, quando escarnecidas,
odiaram o macho semi-nuas,
pois com amor, muito amor, são vencedoras.