Um mistério
O pé que amassa a vinha amassa a ira,
E o vinho que bebemos nos conforta,
Mas há quem fique bêbado e pira,
Matando uma mulher atrás da porta.
E nesse homicídio vil e torpe,
Bebida com mistério se mistura.
O sangue escorrido o ralo entope,
E o assassino é triste figura.
Está sem condições de responder
Ao interrogatório da polícia,
Nem lembra do facão utilizado.
Dali ele não pode se mover,
Estupro não foi visto na perícia.
Ninguém o conhecia no pedaço.