FALSA

Sei quem sou, mas perdi a identidade

quando achei que teu corpo a firmaria,

vi teus prados e tive a ingenuidade

da esperança de minha sesmaria...

Solitária e secreta romaria;

busca infértil de paz, felicidade;

ao te achar não pensei que somaria

mais loucuras à funda insanidade...

O teu corpo é o invólucro do nada;

latifúndio que serve de fachada,

maquiagem forjando o teu avesso...

Tens um rosto, mas falta-te uma cara;

a tu´alma é desvão que se mascara;

és quem sei, mesmo assim te desconheço...

Demétrio Sena
Enviado por Demétrio Sena em 02/07/2009
Reeditado em 20/07/2009
Código do texto: T1678492
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