Meu silêncio (1)

Que eu sou triste e calado todos dizem

E reclamam da minha indiferença,

Afirmam que meu mundo é só de espinho,

Minha vida à ruína está propensa.

Que o mundo é eivado de amargores,

Que sou frustrado e minha crença é vã,

Que os verdes anos de minh’alma triste

Não têm sentido, glórias, nem afã.

Eu lhes digo, porém que não sou triste,

Que o silêncio é o riso de minh’alma,

Que há flores e seiva em meu jardim.

Não sabem que o silêncio é meu fadário,

Que ele vaga e campeia solitário

E o meu mundo é risonho mesmo assim.

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(1) As vicissitudes da vida deram ao poeta a fórmula de superá-las, de forma que, hoje, inexiste a aparência triste que apregoavam na adolescência, quando este poema foi escrito.

NAPOLEÃO, Nicodemos Gomes. Sonhos e Emoções. Fortaleza: Gráfica União, 2003, p-39

Nicodemos Napoleão
Enviado por Nicodemos Napoleão em 07/07/2009
Reeditado em 07/07/2009
Código do texto: T1686567
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