Meu silêncio (1)
Que eu sou triste e calado todos dizem
E reclamam da minha indiferença,
Afirmam que meu mundo é só de espinho,
Minha vida à ruína está propensa.
Que o mundo é eivado de amargores,
Que sou frustrado e minha crença é vã,
Que os verdes anos de minh’alma triste
Não têm sentido, glórias, nem afã.
Eu lhes digo, porém que não sou triste,
Que o silêncio é o riso de minh’alma,
Que há flores e seiva em meu jardim.
Não sabem que o silêncio é meu fadário,
Que ele vaga e campeia solitário
E o meu mundo é risonho mesmo assim.
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(1) As vicissitudes da vida deram ao poeta a fórmula de superá-las, de forma que, hoje, inexiste a aparência triste que apregoavam na adolescência, quando este poema foi escrito.
NAPOLEÃO, Nicodemos Gomes. Sonhos e Emoções. Fortaleza: Gráfica União, 2003, p-39