Abnegação

Faz tempo que não dorme com marido

aquela que condoída não abandona,

o homem que lhe trouxe amargo riso

por ter como amante outra dona.

A prole já crescida – o anelo –

já foi em despedida para o mundo,

o homem adoecido, não mais belo,

exige atenção cada segundo.

Mantém assim família nuclear,

tranqüila, em total fidelidade,

mas sem saber o que é felicidade.

Distrai-se ao ler Shakespeare, Rei Lear;

avança assim as páginas da idade,

sem nunca ter faltado com verdade.

Fabio Daflon
Enviado por Fabio Daflon em 01/08/2009
Reeditado em 08/01/2010
Código do texto: T1731983
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