Soneto do viajor

Eu vi a sorte, o esforço sobre-humano,

os peitos do boxer, da marafona;

vi tanto nordestino, ouvi sanfona,

dancei muito forró, ano após ano.

Andei por Cabedelo, por Ilhéus,

comi acarajé, tripa de bode;

vi fogo de artifício que explode,

sem machucar ninguém, no alto dos céus.

Estive em Rio Grande, lá no sul,

cidade portuária, cheia de puta,

ouvi o que o ouvido não escuta,

dancei a gauchesca, vi menina

fazer michê em canto claro ou escuro;

depois, redescobri Porto Seguro.

Fabio Daflon
Enviado por Fabio Daflon em 08/09/2009
Reeditado em 09/05/2010
Código do texto: T1799753
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