Soneto do viajor
Eu vi a sorte, o esforço sobre-humano,
os peitos do boxer, da marafona;
vi tanto nordestino, ouvi sanfona,
dancei muito forró, ano após ano.
Andei por Cabedelo, por Ilhéus,
comi acarajé, tripa de bode;
vi fogo de artifício que explode,
sem machucar ninguém, no alto dos céus.
Estive em Rio Grande, lá no sul,
cidade portuária, cheia de puta,
ouvi o que o ouvido não escuta,
dancei a gauchesca, vi menina
fazer michê em canto claro ou escuro;
depois, redescobri Porto Seguro.