Soneto do Amor Impossível

Que grande ferida desata em meu peito, feito cristal despedaça,

e quanto mais se aproxima de amor verdadeiro, mais se distância

e eu em toda ausência me sinto patético, criança,

carregando a flor sem cheiro arrancada ainda na infância.

De virtudes enche minhas pálidas lembranças, suaves carícias

belas tardes de luz, mas logo se afasta, amarga retorna a esperança

e em meu rosto brota o pranto em lágrimas repentinas,

ah! Fruto do que um dia eu sonhei, refletido em águas tão vazias descansa.]

Meu eu poeta celebra a dor do que sobrou, amor impossível se fez,

nasceste do sereno da noite, abraços enamorados, saudades

porém um vento traiçoeiro rasgou o meu coração e tudo se desfez.

Impossível amor, amor impossível, repeti tantas vezes, implorei perdão,

embora não tenha pecado, amei mais do que pude e merecia,

vivi apenas um sonho shakesperiano numa noite de verão.