Soneto da Desilusão

Seu vulto na soleira iluminado

Qual sombra em angelical; idolatria

Amante, carrega o coração velado

A despeito de vê-lo em arritmia;

Eu o vi ali trêmulo profanado

Meu amor em sublime afrodisia

Sua mão a roçar meu ventre abrasado

Eu em súplicas vergando em agonia...

Quem carrega um amor assim doentio

Deve saber, que o espírito consome

Voraz os sentimentos em seu brio.

Viceja o poeta versos em rodopio

Enquanto, solitário beija seu nome

Relegado o afeto, suspira sombrio!