Um amor em sonhos
Em arte tens-me ao seio em delusão,
ansioso, te possuo imaginário,
desenho-te ao fundo dum cenário,
no qual o amor-refeito é sem tensão,
mas fere o teu colo arguido
no encaixe d’ambos sexos na cama,
senhor embora servo e tu mucama,
senhora mas humílima e eu querido.
Dois cegos que se tocam no espaço
dos corpos revirados no vazio
do aço em que se fez nossa vontade.
Em pragma de um mar não só sargaço,
onde em lençóis e velas sopra o brio
do amor vivido em plena liberdade.