Soneto Pantaneiro

No entardecer a viola lamenta

Outrora o gado pisava desafio

Cerra a virgem laboral tormenta

Geme e escarra um cantar sombrio.

Rasteja fértil sequiosa placenta

Insistente verseja em som atavio

Colore a sempre-viva de magenta

Terra pantaneira: soturno plantio.

Corre o fogo enrola pelo caminho

Viceja o terror; coloquial desprezo

Tuiuiú mata a sua cria no ninho.

Deserto; o expelir vil menosprezo

Do além vivido o cravar do espinho

Sangra o verso do poeta no revezo.