Gangorra
Em gangorra sem chão nós balançávamos,
e o espaço do universo era gratuito
como o ar respirado, como o fruto
colhido de um galho que alcançávamos;
balançavamos febre em gangorra
e gratuito prazer era o universo,
precedente a Sodoma e Gomorra,
precedente a reza dalgum terço;
fixação nos olhares nos bastava,
uma trena nos punha em mesmo plano
na gangorra sem chão onde brincávamos
de ceder todo peso ao equilíbrio
que unia desiguais no mesmo sonho
da gangorra sem chão onde não há queda.