ESTAS MÃOS

Estas mãos calejadas

Que atravessaram noites e dias

E chegaram molhadas

Não de lágrimas, de poesia.

Estas mãos que sentiram tudo,

Teu pranto e tua alegria,

E agora questionam tudo

Não em fatos, em poesia.

Serão mãos dum ativista

Desbravador de lugares,

Outros mares, outras dunas?...

Ou serão mãos dum artista

Que se ferem nos espinhos

Por trabalharem sem luvas?