Lamentos de um túmulo
Lamentos de um túmulo
Morri! O que me cobre é um lençol
De terra ressequida e arenosa
Enfim entro para o festim afastado do sol
Como repasto dos vermes em polvorosa.
Somente trouxe o corpo alquebrado
Lá fora nada, nada deixei
Só os amores, e os altos brados
Das paixões pelas quais chorei.
Enfim á sós, sem angustias
Sem desepções e melancolias
Coração agora vazio, não chora mais.
Hoje tenho certeza que nada sou
Além de entulho sem serventia
Morri! Se nada fui, agora sei que nada sou.