ALEGRIA DE AMAR

Todo amor empobrece, não resiste,

quando sua função se torna fardo,

tem placar, promissória e dedo em riste;

armadilha; torpedo; bomba; dardo...

Esse laço está sobre papel pardo

e o presente, no fundo nem existe;

restam mágoas contadas por um bardo

ao passado, presença vaga e triste...

Quando a dúvida paira sobre o dom,

se nem tudo, igual antes, é tão bom,

certa via desgarra dessa regra...

Repensar é sensato, eis a lisura,

quase sempre a ferida não tem cura;

todo amor vale a pena enquanto alegra...

Demétrio Sena
Enviado por Demétrio Sena em 15/06/2011
Código do texto: T3035780
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