“QUAL INFÂNCIA BUSCAREI”.
(Soneto).
Oh! Qual infância buscarei,
A que não tive, ou a que vivi;
Aquela que eu me achava um rei
Ou a que me trouxe até aqui.
Infância que eu brinquei
Mil vezes no sonho eu vi,
Que um dia me ausentei
E nunca mais voltei ali.
Uma vez só se é criança
De onde brota a esperança,
Depois só resta a saudade.
Corrói no peito a lembrança
De um passado como herança,
Cujo lucro é a idade.