AMOR MALDITO

És presépio de mágoas na minha capela;

Um cenário guardado no tempo já posto;

A tevê congelada no fim da novela,

Quando quem matou quem revelaria o Rosto...

Já passou a saudade, já criaste mosto,

Mas no fundo; bem fundo, vejo luz de vela;

Se morreste pra mim, viraste meu encosto;

A migalha do ebó que não sai da tigela...

Na verdade nem sei se te cuspi de fato,

Expeli teu sabor e te guardei no olfato,

Sepultei meu afeto e não lacrei a tumba...

Se te amei com tal fúria, com tal fogo e tanto,

Talvez fosse preciso que um bom pai de santo

Me prestasse o favor de uma boa macumba...

Demétrio Sena
Enviado por Demétrio Sena em 26/09/2011
Reeditado em 26/09/2011
Código do texto: T3241814
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