“O GRILO E O POETA”.
           (Soneto).
 
 
Com um cavalo alado
Eu sonho enquanto sozinho,
Chuva que barulha no telhado
No pomar gorjeia um passarinho.
 
Toca o ritmo de um fado
Cancioneiro e o seu pinho,
Agora poeta acordado
Dedilhando um cavaquinho.
 
Eis que para de chover
Já começa anoitecer,
Pirilampos fazem festa.
 
Grilo não se deixa ver
Canta até me ensurdecer,
Parece estar na floresta.