Soneto da despedida.
De repente da luz fez-se as trevas
E da paz fez-se o espanto
Da vida um acalanto
Uma tristeza deveras.
E do amor fez-se o aborrecimento
E da alegria fez-se o pranto
Sem lágrimas no entanto
Da quietude deu-se o tormento
E como a pluma espalhou-se ao vento,
E como a palha queimou-se ao léo,
E como a espuma dissipou-se então.
E no ser abriu-se um vão
e a vida de viver esqueceu,
E na despedida, consegui seu intento.