As mãos passageiras

As mãos que cuidavam dos meus cachorrinhos

Não eram as mesmas mãos que tocavam flauta,

Mas eram mãos que choravam o chorinho

Dos passarinhos a cantar serenatas.

Eu queria ter tocado essas mãos

Que passaram e eu não vi.

Eram mãos que tocavam o meu coração

E que a guardá-las eu não me atrevi.

Então que tortura será essa de não ver

As mãos que passam a vida a te servir

E que quando você se dá conta delas elas já passaram?

São as mãos que quem dera eu um dia vou ter

Diante de mim a ouvir

O passado das coisas que tocaram.

Ulisses de Maio
Enviado por Ulisses de Maio em 01/01/2012
Código do texto: T3417248
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