Eu...

Eu sou a que vesti a voraz volúpia,

Eu sou a que a engoliu com avidez,

Amo desfrutar no corpo a alquimia

Ópio notório, cruel... a insensatez...

Flana sobre mim fiel a afrodisia

Rasga o corpo notória gravidez

Cronos devora cruel agenesia,

Alma corrompida pela aridez!

Senti o tempo lânguido do viver

Afagando a cruel face do morrer

Deserto de amores..., onde vivi!

Recorro à ilusão a me socorrer

Mentira ou verdade... e maldizer

Corpo e sangue..., onde sobrevivi!