Feitiço cíclico

Oh, natureza mortal que me dá a vida,

Quero pedir-te a água da cachoeira

Que entre as matas escondida

Fere a beleza dos velhos aposentos com poeira...

Mas que tristeza será maior

Do que viver num mundo de doentes?

Mas por que a água molha e, pior,

Entra no corpo, dentro da gente?

As respostas para essas perguntas me atiçam

A escrever este poema, pois sou poeta da vida,

Mas amo a tristeza das poeiras que enfeitiçam...

Mas que feitiço será maior do que sentir a água límpida

Entrar em seu corpo e apagar o fogo que a palha atiça?

Sim, existe maior feitiço: é a morte, é a vida...

Ulisses de Maio
Enviado por Ulisses de Maio em 05/04/2012
Reeditado em 05/04/2012
Código do texto: T3596294
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