NOVA DOENÇA

Não havendo paixões, tudo estava em seu canto;

De repente alguém chega; puxa minha crina;

O remédio que havia, vira estricnina;

Perco teto, paredes, roupa, chão e manto...

Acabou todo estoque daquela vacina

Que domava o meu corpo, fazia o quebranto,

Protegia minh´alma contra o velho encanto

Pelo qual sofri muito e quis mudar de sina...

Quero a luz que deságua de uns olhos recentes,

Mas não quero querer; profetizo amargura;

Já me sinto amarrado por essas correntes...

A paixão é doença, encontrarei a cura,

Porque vejo por olhos muito além das lentes;

Não existe promessa pra minha procura...

Demétrio Sena
Enviado por Demétrio Sena em 10/07/2012
Reeditado em 10/07/2012
Código do texto: T3769763
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