A dor cuja causa é musa.

Oh, bela musa de cristal, habitante da Torre de Marfim,

Quero contar-te a minha dor, que sinto antes de morrer.

Essa morte que me invade o peito não é um mero fim,

Mas a volta da tristeza por mais uma vez te ver correr.

A corrida é dos teus olhos sobre o poema da minha lida,

Mas, quando me vês, temo que me transformes em vivo,

Embora eu morra para renascer todas as vezes em que a vida

Me toca através de teus olhos, sem pena e com olhar lascivo.

Por que a morte e a vida não são eternas, como o que me fascina?

Será que não há mais tristeza na morte por causa da vida,

Ou não há mais alegria na vida por causa da morte que me alucina?

A musa me responde com um olhar de querida,

Minha mais querida musa, com sorriso de felina,

Cuja mágica está em me inspirar feridas.

Ulisses de Maio
Enviado por Ulisses de Maio em 30/07/2012
Código do texto: T3805354
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